18 de novembro de 2014

FRANKENSTEIN - ENTRE ANJOS E DEMÔNIOS, a.k.a. Preferia ter ido ver o filme do Pelé!


Eu já sabia que Frankenstein: Entre Anjos e Demônios não havia agradado o gosto popular pelo pouco tempo em que ficou em cartaz, mas resolvi insistir mesmo assim. Não é que seja um filme poooooodre de ruim – simplesmente não é um filme bom.

Preciso confessar que não curto muito os filmes tiro-porrada-facada-e-bomba em que Aaron Eckhart atua mas, desde sua ótima (e curta) presença como o Duas Caras trilogia do Batman do Christopher Nolan, minha opinião sobre ele havia mudado. Até agora.


As lutas entre os tais “anjos e demônios” – segundo o nome abrasileirado do filme – não são de todo ruins; vamos lá, todo mundo já esperava uma viajada na maionese fenomenal desde o momento em que leram a sinopse do filme. Mas queria fazer algumas ponderações que me incomodaram de leve:

Pegar um personagem clássico como a Criatura de Frankenstein e dar uma repaginada é um trabalho muito difícil e que, com certeza, irritou muitos adoradores da história. Mas colocá-la (a Criatura) como um ser imortal que, depois de tudo o que aconteceu no livro, é abordado por demônios que querem matá-lo e tudo mais, ficou muito viagem.

Apesar do que o título em português declara, na verdade (mesmo que com a “aura” de anjos) os defensores da raça humana são gárgulas – pensemos, acho que ficaria menos pior se eles realmente fossem anjos. Afinal, que salada é essa – Frankenstein, gárgulas e demônios?


A primeira coisa que eles fazem no filme é tentar criar uma empatia entre as gárgulas e a Criatura no momento em que a rainha das gárgulas “conclui” que o que a criatura sempre quis foi um nome -  e a nomeia Adam – *mais ódio por parte dos adoradores do livro, check*.

200 anos se passam desde esse encontro, tudo o que  *Adam* aparentemente quer é viver sossegado, quando os demos voltam pra encher o saco – e por que? Porque, aparentemente, apesar de toda a evolução na ciência, os cientistas ainda não foram capazes de aprender como reviver um ser da mesma maneira que Victor Frankenstein fez com a Criatura em 1800 e bolinha – true story.

E eles precisam, na verdade, do diário de VF para recriarem essa tecnologia – com a ajuda forçada de uma cientista gatona (que, claro, será – ao fim do filme – a companheira tão aguardada por Adam – ahammmmmm), a fim de encher os corpos que guardaram durante MUITOS anos (tudo podre já, néeeean) com almas de outros demônios, direto do inferno. 


Desculpa ser chata, mas o filme não faz o menor sentido. Se formos voltar à discussão de sempre de que Hollywood está sem criatividade, regravando boas histórias, prefiro que seja assim mesmo a ter que me deparar com mais histórias sem pé nem cabeça como essa – cujo pior fator não foi a viajada toda, e sim a pseudo fonte culta, como se estivessem tentando criar uma mitologia com base na história da pobrezinha da Mary Shelley, que deve estar de mordendo de raiva no túmulo até agora.

Se é pra fazer uma versão de Orgulho e Preconceito e Zumbis para Frankenstein, que seja com mais respeito, por favor.

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