19 de junho de 2014

A PEQUENA LOJA DE SUICÍDIOS, a.k.a. Tirem os deprimidos da sala!



Direção: Patrice Leconte
Ano: 2012

Fui assistir a este filme pela simples premissa de ser um filme em francês - achei no filmow, gostei do poster e lá fui eu assistir. Tudo bem, um filme com o título de A Pequena Loja de Suicídios não pode ser muito alegre - e, definitivamente, fala muito de suicídios.


Fui positivamente surpreendida, vou confessar. Mesmo sendo uma animação para adultos (adoro!), não perde a função primordial de uma animação: a moral da história. Esta fica bem clara quando mostra que, mesmo quando a sociedade francesa perdeu a prática do sorriso, está cada dia mais se afundando em uma profunda depressão e, dia após dia, mais franceses resolvem recorrer ao suicídio para acabar com sua tristeza, ainda há uma esperança.

O filme começa com um personagem tentando se matar na frente de um carro, sendo salvo por outro que, primeiramente, pensamos ser um bom sujeito, pró-vida e tals... mas, na verdade, o que ele explica é que se suicidar assim, sem eira nem beira, é um crime e resulta em uma multa gigante para a família daquele que forçosamente passou dessa para melhor.


Com isso, ele leva o pobre infeliz a uma loja escondida em um beco, a loja título do filme. Lá, um casal e seus dois filhos pequenos desenvolvem e oferecem as mais diversas ferramentas para que uma pessoa consiga tirar sua vida, de espadas japonesas a venenos que matam ao serem bebidos, inalados ou apenas tocados. A dona da loja, que estava grávida, entra em trabalho de parto e tem seu bebê.

Esse bebê é tipo o redentor da felicidade francesa. Mesmo em meio a tanta depressão, sua família comemorando o aumento na taxa de suicídios, seus irmãos sem saber sorrir ou sem se interessar por nada na vida, apenas transitando pelos cantos, essa criança cresce (sendo criticada por todos por causa de sua felicidade e vontade de viver desenfreadas) animada e vendo graça em tudo à sua volta.


É um filme lindo, sutil (apesar do tema) e bem esperançoso. Como todo filme francês, tem sua dose de bizarrice já na sua premissa, mas é uma animação com cenas cheias de significado e que enaltecem a vida e a alegria. Vale a pena, principalmente para quem gosta de animações. É bem diferente de outros filmes do gênero, tem um roteiro bem amadurecido, mas consegue, ao mesmo tempo, manter sua dose de surrealidade que só os desenhos animados nos permitem engolir.

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