3 de junho de 2014

O MANÍACO, a.k.a. Escalpos para todo lado!


Direção: Franck Khalfoun
Ano: 2012

Pode muito bem ser uma opinião pessoal mas, na primeira vez que assisti ao trailer de O Maníaco, pensei: Duvido que Elijah Wood, com sua delicadeza e pequenice toda, consiga me assustar. Ele conseguiu. Me lembro até hoje o quanto fiquei assustada com o personagem dele em Sin City, mas sempre atribuí tal impressão ao filme, e não ao ator (how mean of you!).


O filme é uma refilmagem de um trash tosco dos anos 1980 que, inclusive, dá pra ser visto no Youtube. Mas O Maníaco de 2012 é bem mais legal, bem mais sangrento e bem mais poético, também. Frank é um restaurador de manequins que gosta de arrancar o escalpo do seu objeto de desejo - mulheres que ele encontra aleatoriamente e passar a stalkear legal. E, com isso, vive uma espécie de viagem mental, já que na cabeça dele todos os manequins ganham vida dentro de sua casa quando ele coloca neles o item que faltava - adivinha o que?

Sou uma chata para narrativas experimentais no cinema, tudo me incomoda. Passamos um bom tempo do filme tendo o "ponto de vista" de Frank e, é claro que isso já serviu para que minha vida passada de continuísta na faculdade de Cinema revivesse e eu ficasse catando, como uma louca, erros de continuidade ou eixo! Detalhes à parte, demorei um pouco pra me acostumar com essa "estética" e, quando já tava levando na boa, o diretor finalmente acabou com essa história de primeira pessoa. Ponto positivo.


Como qualquer filme de terror que se preze, tem sempre aquela mocinha retardada que corre pro lado errado e, por fim, todo mundo já tá torcendo mais é pro cara alcançá-la logo (eu generalizei porque, em momento algum, eu torço pela mocinha - muaaaaaahahahah). As mortes são convincentes e vão escalando um grau de bizarrice sem tamanho, me lembrou muito Psicopata Americano - situações acontecendo e cada vez mais deixando o personagem principal em maus lençóis, até chegar em um clímax (hoje a faculdade de Cinema aflorou mesmo em mim!) onde não há como imaginar uma situação em que as coisas terminem bem - mesmo que, às vezes, elas terminem!

As cenas de escalpelização (achei que tinha inventado essa palavra, mas num é que ela existe?) são MUITO boas. Filmes de terror dos anos 1980 aplaudem e se enchem de orgulho, ainda mais para aquelas pessoas que, como eu, se dignaram a assistir ao filme original - no original, depois de escalpelar as meninas, o assassino PREGA o escalpo delas em manequins, isso mesmo, pega seus preguinhos e seu martelo e toc toc toc... Já na linda refilmagem, Frank inteligentemente usa aqueles pregadores de estofado / mural de escola, poupando seu tempo e o estômago do espectador, que não merece ver um escalpo falso mal ajambrado pendurado durante uns 5 minutos.


Ando numa fase muito de cinema poesia, tento ver beleza até onde definitivamente não tem. Mesmo com esse clima muuuuuito anos 1980, o filme foi muito feliz na escolha das cores predominantes, na dose de loucura do personagem, no limite do convincente em relação às mortes e, até mesmo, no limite da burrice das mocinhas. Curti. Pela primeira vez defendo uma refilmagem, até porque ela melhorou, e muito, a história original!

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