27 de outubro de 2014

O lado bom da briga política


2014. Ano de eleições. Coincidentemente, o ano após as manifestações de junho de 2013. Mais pessoas com adesivos no facebook, mais gente imaginando, idealizando, defendendo opinião, defendendo partido sem receber nada em troca, defendendo política, defendendo história.

Que Dilma e Aécio foram responsáveis pelo fim da amizade e o fim do amor entre muita gente por aí, não é novidade. Mas será que essa frase faz realmente algum sentido? Eles foram responsáveis pelas desavenças? Ou as pessoas que defendiam os ideais tucanos e petistas que geraram isso?

Entenda, não sou petista e muito menos simpatizante do PSDB. Pessoalmente, escolhi um dos dois para votar, sim, mas porque o candidato que eu defendia inicialmente não foi ao segundo turno. Eu não vou ficar aqui discorrendo sobre como um dos lados foi santo e o outro carrasco, sobre como um deles roubou e o outro não. Para mim, ambos os partidos que brigavam pela presidência nesse segundo momento têm passados tendenciosos. Acreditar em santo não condiz com a realidade política de nenhum país.


Mas, obviamente, não é a isso que eu vou me reter. O que eu gostaria de ignorar são os preconceitos e discursos de ódio das redes sociais e das avenidas e ruas e universidades e ambientes de trabalho.... (etc). Porque, na realidade, se você pensar bem, isso tudo representa alguma evolução, representa o real desenvolvimento nacional, do Brasil, dos brasileiros, de todos nós como nação e pátria. Temos orgulho do que defendemos. Ou não?

Calma, explico.
Vamos lá. Na última eleição (e digo aqui a anterior a de 2014) você se lembra em quem votou? Sentiu orgulho de defender um ideal seu? Brigou com amigos ou discutiu política como se fosse algo realmente propenso a gerar mudanças no país? Bom, se você fez isso, você faz parte da minoria ínfima da população. Porque há dois anos, ninguém achava que havia realmente alguma coisa digna de reflexão nesses debates. "Não votarei em ninguém, nada vai mudar mesmo. São todos iguais, não fará diferença". E se fez ou não, você não sabe, porque "meu voto é apenas um voto, também não fará diferença".

Há dois anos, você ia às urnas para cumprir obrigação. Gente que não é obrigada a votar aparecia por lá só para sentir a voz, cumprir com seu dever como cidadão, como minha avó costuma dizer. Hoje, ontem, semana passada, esse mês, as pessoas foram às urnas porque acreditavam. E o ato de acreditar não começou agora.


Em 2013, centenas de jovens, adultos, pessoas protestavam nas ruas. Começava lá o pensamento político, a necessidade de se agarrar a algum ideal. Não interessa se você escolheu A ou B, o que interessa é que agora, há esperança. Agora, as pessoas pensam, as pessoas pesquisam, as pessoas realmente escolhem um lado, independente se esse lado é o correto ou não. Não há lado certo, afinal, o lado certo é pensar. E se as pessoas andam debatendo, andam refletindo, isso já diz muita coisa sobre nós, brasileiros. Não estamos mais indiferentes, nós evoluímos. Tapávamos os olhos, agora nós até chegamos mais perto para analisar melhor.

O que me deixa feliz nessa eleição não é a vitória ou a derrota de ninguém. É que, pela primeira vez em muito, muito tempo, as pessoas se importam.

*E você? Pensou nisso nessa eleição? Conta pra gente!*

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