25 de abril de 2013

SHAME, a.k.a. Como aprender a (não) segurar o tchan!


Direção: Steve McQueen
Ano: 2011

O que fazer quando tudo em que você consegue pensar é em sexo? O vício em sexo ficou muito mais em voga depois do famoso episódio de Tiger Woods, ou quando Michael Douglas e David Duchovny assumiram sofrer da doença – vai lá, pelo menos uma dessas notícias você leu. Saber que um famoso sofre disso chega até a atiçar nossa mórbida curiosidade, tudo na vida das celebridades parece ser tão glamouroso, como isso também não seria?

Mas e quando isso acontece com alguém “de carne e osso”? Tudo bem, é uma personagem, mas a proposta de Shame é mostrar ao público o que se passa na cabeça na pessoa que transfere todos os seus pensamentos, todas as suas angústias para o sexo.


Gostei do filme por diversos motivos: ele não tenta moralizar o que acontece, explicar de alguma maneira como a forma de se expressar sexualmente (mesmo que ultrapasse o limite do sexual e abranja outras vertentes emocionais) aconteceu por causa de A ou de B, projetando algum tipo de “salvação” simples em um futuro próximo (Alô, alô, 50 tons de cinza!);

Ele não é pura explicação do que é ser um viciado em sexo, nós apenas “invadimos” um período na vida de Brandon em que ele se desestrutura de toda a rotina que havia montado para si próprio a fim de lidar (ou saciar) seu problema. Sua irmã aparece em sua casa, eles obviamente não têm um relacionamento legal – o que fica explicado apenas em um momento que sugere que eles foram abusados sexualmente quando crianças -, o computador de Brandon no trabalho é levado para uma revisão por estar com vírus, ou seja, testemunhamos diversas situações que culminam para desestruturar a vidinha de fachada perfeita que ele criara para si;


E, é claro, se tem o Fassbender, precisa de mais o quê?

Carey Mulligan é linda, cada filme que vejo com ela a acho mais e mais maravilhosa. A cena em que ela canta New York, New York é muito intensa, pensei muito em O Grande Gatsby com toda sua riqueza e seu dourado. As cenas de sexo são cruas e belas, principalmente a de Brandon com sua colega de trabalho. E Michael, falar o que de você? Lindo, magro, elegante, com a atuação nas alturas acompanhada de um corpo que não DÁ para alguém colocar defeito. Momentos de tensão durante o filme!


Um parabéns pra direção, especialmente na cena em que Brandon sai de casa e começa a correr pelas ruas de Nova York, a câmera acompanhando lindamente. Shame não chega a ser um filme visceral (há sempre a possibilidade, devido ao assunto polêmico), tem suas cenas doces, mas também é bem cruel, refletindo uma fotografia fria dentro e fora da casa de Brandon. Não sei se é o tipo de filme que eu veria inteiro novamente, mas gostei muito.



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