5 de março de 2013

O PECADO MORA AO LADO, a.k.a. Mantenha seus dedos gordos longe da torneira!


Direção: Billy Wilder
Ano: 1955

Desde a minha época de estudante de cinema ouço muito sobre o tal cinema de autor. Quando vemos um filme de Woody Allen, Tarantino, Almodóvar, entre outros, conseguimos identificar traços únicos de tal direção – ou seja, poderíamos ver o filme às cegas, sem saber nada sobre o mesmo e, ainda assim, conseguiríamos identificar que o filme fora dirigido por aquela pessoa.

Assim como Bergman, Billy Wilder sempre foi aquele tipo de diretor que os estudantes de cinema pareciam gostar tanto, e isso me fazia fugir dele mais do que diabo foge da cruz (vide quanto tempo levei para assistir a Cinema Paradiso – seguindo o mesmo raciocínio dos dois diretores acima –, né?).

A verdade é que eu me sinto muito burra quando vejo um filme de Billy Wilder, porque a verdade é que eu não consigo ver essa autoria característica nos filmes dele. Mesmo assim, sou fanzoca dos clássicos americanos e, depois de uma fase Cary Grant, entrei em uma fase Marilyn Monroe. Não preciso nem falar de Quanto mais Quente Melhor, que é fantástico. Então vamos falar sobre O Pecado Mora ao Lado.


Acho que já comentei aqui que o que me fascina mais nesses clássicos é a simplicidade dos roteiros e a total falta de efeitos visuais como conhecemos hoje (por motivos óbvios também, é claro), o que dá uma liberdade muito maior para que possamos admirar as atuações e a história por elas mesmas.

Aqui, numa tradução nem um pouco literal mas que até acompanha bem seu propósito, The Seven Year Itch ("A Coceira dos Sete Anos" realmente ficaria muito escroto), um editor de uma empresa de livros baratinhos fica trabalhando no verão enquanto sua família viaja para tentar fugir do verão escaldante, como, segundo o filme, acontece com muitas outras famílias. Sozinho, ele começa uma odisseia mental sobre traição, fantasiando que as mulheres o querem e que, apenas por ele ser um marido exemplar, ele conseguiu resistir às tentações até hoje.


Eis que então muda-se para o andar de cima de seu apartamento ninguém menos do que Marilyn Monroe na pele de uma jovem atriz de 22 anos que foge de casamentos e só quer saber de curtir a vida. Cheio de contexto sexual e piadas bem modernozas, O Pecado Mora ao Lado se mostra um filme super fácil de se gostar e muito, muito engraçado.

Depois de ver documentários e ler sobre a vida difícil que Marilyn teve, seja na infância ou ao ter que lidar com a fama e com seus inúmeros maridos, foi muito espantoso vê-la tão suave e jovial, exalando segurança e imprimindo uma beleza absurda na tela.

Sobre o protagonista, Butch Bernard, assumo que nunca ouvi falar dele. Ele interpreta um personagem notadamente na crise de meia idade e, convenhamos, sua falta de charme chega a ser meio surreal perto de Marilyn. Me senti como quando vi Sabrina, com Audrey Hepburn apaixonada por Humphrey Bogart. Enfim...


Mas assumo, estava esperando muito da famosa cena do vestido de Marilyn subindo pela ventilação do metrô e fiquei muito decepcionada quando vi o quão sem graça a mesma ficou no filme. Adorei uma piadinha sobre a Marilyn no final do filme. Fiquei rindo sozinha, que ridículo.

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