21 de maio de 2011

O MERCADOR DE ALMAS, a.k.a. Que chatice, Paul, para de me ligar!


Direção: Martin Ritt
Ano: 1958

Adoro demais filmes da década de ouro do cinema hollywoodiano. E se for baseado em alguma obra legal, melhor ainda. O Mercador de Almas é baseado no romance The Hamlet, de William Faulkner – escrito em 1940.


A história é: Ben Quick (Paul Newman) deixa uma cidade após suspeitarem, sem provas, que é um incendiário. Ele põe o pé na estrada e consegue carona com Eula Varner (Lee Remick) e Clara Varner (Joanne Woodward). Eula é casada com Jody Varner (Anthony Franciosa), cujo pai, Will Varner (Orson Welles), é "dono" de Frenchman's Bend, uma pequena cidade do Mississipi. Já Clara, a filha solteira de Will, trabalha como professora. Ben se estabelece lá e se torna um sério candidato para casar-se com Clara, pois Will não tolera a idéia que ela não lhe deixe herdeiros.

Filmado na Louisianna e lançado em 1958, o filme rendeu à Paul Newman não só o prêmio de melhor ator no festival de Cannes, como também o aproximou daquela que seria sua esposa no casamento mais duradouro de Hollywood (50 anos) – Joanne Woodward.


Os diálogos são incríveis e, como na boa literatura da época (embora bem menos chocante do que a de Tennessee Williams), tem a sua pitada de transversão aos costumes prezados pela sociedade. Paul Newman é sexy e, até o final do filme, faz com que paire sobre nós dúvidas sobre o seu caráter. E a verdade é que seu personagem, Ben Quick, é a estrela máxima do filme – já que é graças à ele que a família Varner se desestrutura de tal forma que todos os medos e decepções rodeando pai e filhos vêm à tona.


Às vezes a gente até se perde no pulo dos acontecimentos. É difícil, já de cara, decidir se gostamos ou não tanto de Ben quanto do patriarca Will Varner. Mas é sempre bom dar o desconto de que um filme não tem como contar tudo o que está em um livro. O que sobra para os outros personagens é que eles acabam ficando mais rasos, mas nada que influencie negativamente na história.

E o que eu nem sabia sobre o filme e quase levei um susto na hora em que vi, foi Orson Welles! Ele é maravilhoso e encarnou o pai sulita perfeitamente – é mandão, mas consegue se manter nos bons olhos do espectador por ser tão irônico e caricato.


Gostaria que os filmes atuais tivessem essa aura de cinema clássico. Se importassem menos com efeitos e mais com atuações e histórias. Ainda bem que ainda tenho muitos filmes da década de 1950 para assistir!

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