6 de março de 2011

DÁLIA NEGRA, a.k.a. O lado ruim de levar trabalho para casa!

"A regra básica de Homicídios se aplicava. 
Nada fica enterrado para sempre. 
Corpos... fantasmas. 
Nada fica enterrado para sempre. 
Nada."


Direção: Brian de Palma
Ano: 2006

Com um começo que lembra os clássicos filmes Noir (adicionando o grupo do qual Os Intocáveis e L.A. Cidade Proibida fazem parte), o filme começa com a narração de Bucky (Josh Hartnett), que nos conta como ele e seu novo parceiro Lee (Aaron Eckhart) foram parar no caso que mudou suas vidas.

Por causa de uma luta de boxe entre os dois, o departamento de polícia visava a aprovação de um aumento no orçamento - e, com isso, Bucky foi promovido para a divisão de Mandados da polícia. Lá, ele virou parceiro de Lee que, casado com Kay (Scarlett Johansson), recebeu Bucky de braços abertos não só no ambiente de trabalho, mas também em sua casa. Já aí percebemos um certo ménage entre os três, principalmente com Kay sendo apresentada desde a primeira cena como um modelo de femme fatale (exalando sensualidade por todos os poros).



E, com cortes secos + a narrativa de Bucky, conhecemos os três personagens antes mesmo que o 'principal' do filme apareça: o assassinato de Betty Short - a Dália Negra.

A verdade é que o caso, para Bucky, marca o fim da melhor época da sua vida: a época em que ele e o casal viviam em perfeita harmonia. Tudo isso chega a um fim quando Lee fica obcecado em descobrir quem matou Betty, Kay fica assustada pois um caso do passado periga voltar para assombrá-la e cabe a Bucky tentar manter as coisas como eram. Enquanto ele quer mais do que tudo sair da divisão de Homicídios, Lee se torna cada dia mais consumido pelo caso.


Apesar de fazer parte da geração que já teve um super crush em Josh Hartnett, e mesmo não o considerando um mau ator, eu tenho que admitir que, entre os três (ele, Aaron E. e Scarlett J.), a atuação dele é a mais fraca. O que salva mesmo é o estereótipo que seu personagem possui, repleto de outros exemplos ao longo da história dos filmes Noir - o policial que tenta se manter direito, tem consciência dos seus defeitos e, ao longo do filme descobre muita podridão envolvendo as pessoas à sua volta.

Scarlett Johansson e Hilary Swank (Madeleine) estão mais divas do que nunca. A primeira, principalmente nas cenas em que ela deixa a femme fatale de lado e assume um ar mais de dona de casa (mulher de policial), me lembrou muito a beleza quase inocente das mocinhas dos filmes de Hitchcock - em especial Grace Kelly. E Hilary com seu figurino ma-ra-vi-lho-so, juro - fiquei boba! Ela é absurda atuando e está linda no filme, principalmente na cena em que, nua (usando apenas um colar de pérolas), incorpora uma dama.



Em dois momentos do filme reparei coisas que normalmente eu não reparo (cineasta super relapsa):

Na cena em que Bucky entra na casa de Madeleine vemos tudo através de um plano subjetivo muito bem construído. E o que vemos é o que Bucky vê, pois como nós, ele está entrando em um mundo no qual não tem a menor familiaridade. A música clássica ao fundo (diferente do resto da trilha sonora) ajuda nesta diferença entre os mundos.



E na cena que me lembrou muito outros dois filmes do diretor - Bucky correndo pelas escadas em câmera lenta, como uma inversão da cena da escadaria em Os Intocáveis e, por fim, o chafariz cheio de sangue, como em Scarface. Gostei - até porque não vi como uma "auto-cópia" (hehe) e sim como uma referência com as alterações necessárias para essa história.


Aqui, uma matéria do Globo sobre o assunto (falando também do filme). E, para os muito curiosos (como eu), a história da Dália Negra.

O roteiro é baseado no romance de J. Ellroy. E Brian de Palma mostra, num geral, a podridão por trás da história de glamour de Hollywood. Nos presenteando com um final para o caso que nunca foi solucionado na vida real.

Um comentário:

  1. Aprendi a comentar, agora falta tempo de ler os textos! rsrsrsr

    Mas prometo passar de vez enquando aqui... ;)

    Bjinhos =**

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