7 de maio de 2010

JULIE & JULIA, a.k.a. Como disfarçar uma obsessão e mostrá-la como terapia!


Direção: Nora Ephron
Ano: 2009

Duas histórias reais contadas de forma simultânea, uma sobre a autora de livros culinários Julia Child (1912 – 2004), e a outra sobre Julie Powell (1973 -), uma mulher que trabalhava no suporte às vítimas do World Trade Center em 2002 quando se dispôs a um desafio: realizar as 524 receitas contidas no livro Mastering the Art of French Cooking (1961) escrito por Julia Child, em 365 dias. Todas as receitas, seus sucessos e suas dificuldades em realizá-las (e também um pouco da sua vida pessoal) eram relatadas em um blog que, segundo o filme (infelizmente não li o livro - ainda), a ajudou a encontrar o caminho para a vida profissional que sempre desejou.


As duas histórias tratam de mulheres muito diferentes, em décadas diferentes, ligadas por uma coisa: o prazer de cozinhar (e também a busca pela facilidade de fazê-lo). Conforme entendemos no filme, Julia Child levou pelo menos 8 anos escrevendo, reescrevendo, aprimorando seu primeiro livro, o tal que inspira a saga de Julie Powell.

E Meryl Streep está (como não seria diferente) ma-ra-vi-lho-sa!! É incrível a capacidade que essa mulher tem de se doar completamente ao personagem. Ela é o personagem. É nisso que acreditamos quando a vemos interpretando Julia Powell, que é grande, tem um sotaque engraçado (ainda mais quando tenta falar francês) e é até meio brusca. Sabemos que Meryl Streep não é normalmente assim, mas naquele momento parece que ela já “nasceu” Julia Child.


E é claro que, ao assistirmos a qualquer filme, buscamos sempre uma identificação que seja com algum dos personagens. Neste caso não foi diferente. Mas a semelhança foi tanta que eu até me assustei. Julie Powell é uma pessoa que não trabalha no que gosta e, ainda por cima, teve que se mudar com o marido para uma casa com uma cozinha minúscula (não é bem meu caso, mas tem muita coisa aqui em casa que eu queria taaaanto mudar). Ela está passando pelo momento em que olha para trás e vê que sua vida profissional não era pra ser do jeito que estava sendo. E toda essa sua insatisfação é esquecida quando ela chega em casa e vai para a cozinha fazer alguma coisa gostosa (tudo bem, essa vontade de cozinhar para relaxar ainda me falta em muito).

Enfim, com o advento dos blogs, cada pessoa postando sobre o assunto que a interessa mais, seu marido a encoraja a escrever um sobre o quê, sobre o quê? Sim! Sobre a única coisa que faz Julie relaxar depois de um dia exaustivo de atendimento a vítimas e parentes de vítimas do atentado ao World Trade Center: COZINHAR!


E com isso começa a linda saga de Julie, pontuada no filme com as dificuldades passadas por Julia para encontrar algo para fazer em Paris, vencer o preconceito na escola de culinária, escrever seu livro, se adaptar às mudanças do marido (que trabalha na embaixada), revisar o livro, publicar o livro. Ufa!

Acho que a gente passa tanto tempo tentando planejar a vida, perdendo boas oportunidades de nos divertirmos, que não percebemos que às vezes o trabalho de uma vida inteira pode estar aí, bem na nossa frente!


E, como não podia faltar, o blog da Julie Powell - Sim, ele existe!!!! E no blog, não são 524 receitas e sim 536.

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