Direção: Mark Romanek
Ano: 2010
Não Me Abandone Jamais é baseado no livro de Kazuo Ishiguro, considerado um dos melhores livros da década de 2000. O filme conta com Carey Mulligam (com um cabelo horroroso), Andrew Garfield e Keira Knightley.
Desde pequenos, os alunos de Hailsham são especiais. Eles não estudam coisas úteis para a vida ou matérias comuns em outras escolas. Lá, eles só realizam atividades que os deixem felizes. Seria esse o sonho de toda criança?
Como todo filme de ficção científica – pasme você, esse é, sim, um filme de ficção – todo lado bom mascara um lado mais complexo e ruim, que será apresentado quando uma professora comenta com os alunos que eles são, na verdade, clones – e a escola era uma forma de deixa-los viver com mais dignidade, enquanto cresciam para doar órgão que seus “originais” precisavam – em um futuro alternativo onde as pessoas não morriam mais de câncer, elas substituíam os órgãos doentes.
Mas, independente de achar uma história viagem ou manjada demais, a pegada do livro – e do filme – foge do fantástico e se concentra nas relações humanas destes que são vistos apenas como possibilitadores da vida alheia.
Durante todo o filme – desde a infância das crianças até sua vida adulta, se preparando e se tornando doadores ou cuidadores (denominações próprias da história) – o que vemos é uma grande melancolia (com uma trilha sonora tendo um quê de Wong Kar-Wai – se você não tem ideia de quem eu to falando, vamos ficar mais inteligentes aqui), e a tentativa de se descobrir como pessoas, como indivíduos.
A questão levantada na história é a de se estes clones têm o direito de viver uma vida feliz, se eles têm o direito de serem vistos como humanos, mesmo que por um breve momento. A escola é uma grande experiência de humanização, já que a sociedade não “compra” a ideia de que eles possam ter sentimentos. Ainda assim, somos levados ao longo do filme justamente por todas as emoções (amor, inveja, ciúmes, sofrimento) dos personagens, por toda a iminência de suas funções e de seus destinos, seus defeitos e seus arrependimentos.
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