Direção: Steve McQueen
Ano: 2011
O que fazer quando tudo em que
você consegue pensar é em sexo? O vício em sexo ficou muito mais em voga depois
do famoso episódio de Tiger Woods, ou quando Michael Douglas e David Duchovny
assumiram sofrer da doença – vai lá, pelo menos uma dessas notícias você leu.
Saber que um famoso sofre disso chega até a atiçar nossa mórbida curiosidade,
tudo na vida das celebridades parece ser tão glamouroso, como isso também não seria?
Mas e quando isso acontece com
alguém “de carne e osso”? Tudo bem, é uma personagem, mas a proposta de Shame é mostrar ao público o que se
passa na cabeça na pessoa que transfere todos os seus pensamentos, todas as
suas angústias para o sexo.
Gostei do filme por diversos
motivos: ele não tenta moralizar o que acontece, explicar de alguma maneira
como a forma de se expressar sexualmente (mesmo que ultrapasse o limite do
sexual e abranja outras vertentes emocionais) aconteceu por causa de A ou de B,
projetando algum tipo de “salvação” simples em um futuro próximo (Alô, alô, 50
tons de cinza!);
Ele não é pura explicação do que
é ser um viciado em sexo, nós apenas “invadimos” um período na vida de Brandon
em que ele se desestrutura de toda a rotina que havia montado para si próprio a
fim de lidar (ou saciar) seu problema. Sua irmã aparece em sua casa, eles
obviamente não têm um relacionamento legal – o que fica explicado apenas em um
momento que sugere que eles foram abusados sexualmente quando crianças -, o
computador de Brandon no trabalho é levado para uma revisão por estar com
vírus, ou seja, testemunhamos diversas situações que culminam para desestruturar
a vidinha de fachada perfeita que ele criara para si;
E, é claro, se tem o Fassbender,
precisa de mais o quê?
Carey Mulligan é linda, cada
filme que vejo com ela a acho mais e mais maravilhosa. A cena em que ela canta New York, New York é muito intensa,
pensei muito em O Grande Gatsby com
toda sua riqueza e seu dourado. As cenas de sexo são cruas e belas,
principalmente a de Brandon com sua colega de trabalho. E Michael, falar o que
de você? Lindo, magro, elegante, com a atuação nas alturas acompanhada de um
corpo que não DÁ para alguém colocar defeito. Momentos de tensão durante o
filme!
Um parabéns pra direção, especialmente na cena
em que Brandon sai de casa e começa a correr pelas ruas de Nova York, a câmera
acompanhando lindamente. Shame não
chega a ser um filme visceral (há sempre a possibilidade, devido ao assunto
polêmico), tem suas cenas doces, mas também é bem cruel, refletindo uma
fotografia fria dentro e fora da casa de Brandon. Não sei se é o tipo de filme
que eu veria inteiro novamente, mas gostei muito.
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