11 de agosto de 2011

AMORES IMAGINÁRIOS, a.k.a. Amigos, amigos, homens gatos à parte!


Direção: Xavier Dolan
Ano: 2010

Assumo que dá uma pontinha (tá bem, um pontão) de inveja de pensar que o diretor do filme (que também atua como Francis) tem apenas 21 anos e já dirigiu um filme tão belo quanto esse. Meu interesse surgiu do Filmow, já que eu me fecho para o mundo às vezes no que diz respeito a filmes que chamaram a atenção ultimamente.

A história é: Francis (Xavier Dolan) e Marie (Monia Chokri) são amigos inseparáveis. Suas vidas mudam quando conhecem Nicolas (Niels Schneider), um charmoso rapaz do interior que acaba de se mudar para Montreal. Um encontro se sucede ao outro e os três logo se tornam um grupo inseparável. Mas Francis e Marie, ambos apaixonados por Nicolas, desenvolvem fantasias obsessivas em torno de seu objeto de desejo comum. À medida que atravessam as típicas fases da paixão, embarcam numa verdadeira disputa pela atenção do rapaz, comprometendo sua antiga amizade.





Lendo a sinopse dá pra criar um monte de estilos de narrativa possíveis na nossa cabeça, mas eu assumo que não estava preparada para o que eu vi. A verdade é que eu fui surpreendida por imagens quase poéticas e cheias de referências a personalidades e obras lindas.

A trilha sonora é impecável, misturando estilos e compondo muito bem a cena – e estas, em diversos momentos – se tornam “escravas” dessas músicas, as completam. A grande referência a “Amor à Flor da Pele”, de Wong Kar Wai é clara. A música muito parecida e os slow motions no momento certo lembram as lindas cenas dos dois personagens principais se cruzando nas escadas do filme chinês.


Os personagens – principalmente Francis e Marie – são excêntricos a suas maneiras, e rola uma criação da personalidade deles bem vintage: Francis e James Dean; e Marie, só de olharmos para ela vemos o ápice da indumentária anos 1950. Até mesmo em Nicolas, que acaba sendo um personagem mais plano, quando comparado com os dois protagonistas, evidencia seu amor por Audrey Hepburn. Nesse sentido, Amores Imaginários é um filme cheio de referências estéticas clássicas, e que se combinam perfeitamente. E isso auxilia na criação de um mundinho particular só dos três.



Mas a história vai além disso. Como diz a sinopse, ambos Marie e Francis se apaixonam por Nicolas e começam a disputar (de forma velada, como uma Guerra Fria) o amor deste. E esses sentimentos implícitos entre os dois competidores, e toda a aura ilusória em relação ao objeto de desejo (Nicolas), criam cenas silenciosas, porém cheias de conteúdo e significado.

O final é o máximo, apesar de, em certa altura do filme, já conseguirmos sacar o que irá acontecer – pelo menos em relação a Nicolas. Xavier Dolan foi muito feliz na conclusão da história, cheia de bom humor – e também na estrutura toda do filme. Várias músicas da trilha sonora vieram parar no meu computador e eu as ouço o tempo todo!


Me falaram que seu primeiro filme - “Eu matei minha mãe” - ainda é melhor do que este. Já está na minha mais-que-longa lista de filmes a ver. Se for pelo menos tão bom quanto este, já me dou por satisfeitíssima!!!!!

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