27 de maio de 2011

O DOCE PÁSSARO DA JUVENTUDE, a.k.a. Perdoar é fácil, quando se trata de Paul Newman!


Direção: Richard Brooks
Ano: 1962

Chance Wayne (Paul Newman) volta à sua cidade-natal, após muitos anos tentando fazer filmes. Com ele está uma decadente estrela de cinema, Alexandra Del Lago (Geraldine Page). Enquanto tenta obter ajuda para fazer um teste de cinema, Chance acha tempo para rever sua ex-namorada, Heavenly (Shirley Knight), a filha do político Tom Finley (Ed Begley), que mais ou menos o forçou a deixar a cidade há muitos anos atrás.

Paul Newman era um super símbolo sexual da sua época. Nos três filmes que vi com ele ultimamente ele estava sem camisa – coisa que, vamos combinar, não era tão fácil de acontecer nas décadas de 1950/60. Mas como eu já falei aqui sobre Tennessee Williams, as suas histórias são casos a parte.


O Doce Pássaro da Juventude fala sobre, principalmente, a importância que as pessoas dão ao que os outros pensam. Chance (talvez seu nome seja intencional), desde que saiu da sua cidade-natal espera a sua chance de brilhar em Hollywood. E não mede esforços para conseguir alcançar seu sonho enquanto é tempo – pois a indústria do cinema só quer saber de rostos jovens e bonitos, e o tempo está passando para ele.
 

Seu personagem é muito parecido com o Ben Quick de O Mercador de Almas – um mocinho em pele de lobo, podemos assim dizer? E as comparações não param por aí: a mocinha de certa forma certinha, presa às amarras de seu pai importante; o irmão da mocinha com um caráter super duvidoso, que faz tudo para agradar o pai; uma cidadezinha de interior que parece não entender o jeitão “pra frente” do protagonista... Com a ressalva de que em O Doce Pássaro da Juventude o papai é mesmo bem mau-caráter.

Mas quem rouba a cena é a personagem Alexandra Del Lago, estrela de cinema que só quer saber de beber, se drogar e dormir para esquecer que não é mais um rostinho jovem, enquanto foge depois de ver parte do último filme que estrelou – e se sentir horrorosa.


Tá na cara que essa crítica toda ao envelhecer dos astros do cinema está incluída no que eu falei acima – afinal, é como se eles fossem a nossa 'esperança' de que o tempo não passa tão rápido assim. Não ficamos assustados quando vemos o quanto um astro envelheceu, mais até do que quando percebemos isso em pessoas 'de carne e osso' para nós?

E mais uma vez eu preciso dizer o quanto eu acho engraçado (de uma forma positiva) a forma que esses filmes acabam... diferente de hoje em dia, não sobra nem tempo para piscar entre a “conclusão” da história e a cartelinha escrita “The End”.


Tennessee Williams é o máximo... só ele mesmo para conseguir que no cinema clássico víssemos homens semi-nus (pra época né), drogas, tapas na cara, mocinhas desvirtuadas, pais canalhas, uma cidade emburrecida por conta de um político ditador e preconceituoso. É, essa é a real cara de muitas cidadezinhas da época. E Tennessee Williams faz da sua crítica pura arte!

Um comentário:

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