21 de novembro de 2010

UM HOMEM SÉRIO, a.k.a. Acordei e minha vida é uma merda, como faz?



Direção: Joel e Ethan Coen
Ano: 2009

Lançado no mesmo ano em que outros filmes também retrataram de forma mais artística as décadas de 1950 e 1960 (O Direito de Amar e Educação), mais uma vez os irmãos Coen conseguiram imprimir o seu diferencial. Um Homem Sério acompanha um período tumultuado na vida de Lawrence Gopnik, um professor de física judeu, que vive na mesma casa que sua esposa, seus dois filhos adolescentes e seu irmão – vivido espetacularmente por Richard King.


Só para listar as confusões que se passam pela vida de Lawrence, aí vai:
- Sua esposa quer o divórcio, pois está romanticamente envolvida com um amigo de anos dos dois;
- Seu irmão mora em sua casa, não trabalha e ocupa o banheiro o dia inteiro;
- Seu filho só quer saber de fumar maconha e assistir o canal 4, mas este nunca está funcionando.
- Sua filha reclama dia e noite que não consegue usar o banheiro pois o tio Arthur não sai de lá;
- Seu vizinho ultrapassa os limites do seu terreno e caça animais de grande porte junto com o filho em um dia de escola;
- Está na espera de conseguir alguma estabilidade no emprego de professor, mas está sendo subornado / chantageado por um de seus alunos;
Com toda essa confusão, e principalmente com seu inevitável divórcio, Lawrence resolve recorrer à religião e espera que os conselhos dos rabinos o ajudem a encontrar um sentido em tudo o que está acontecendo em sua vida.



Como todos os demais roteiros dos diretores, Um Homem Sério conta com uma certa forma de excentricidade, é ao mesmo tempo, um mundo comum, mas especial porque naquela determinada situação se torna peculiar. Lawrence Gopnik é um físico e em uma de suas aulas ensina aos seus alunos a “Teoria do Gato de Schrodinger”, que consiste (vou explicar burramente, porque não entendi muita coisa) em colocar um gato em uma caixa à mercê de partículas subatômicas. Enquanto a caixa permanecer fechada, os observadores não serão capazes de confirmar se o gato está vivo ou morto – logo, o animal estará vivo e morto. E caso o físico abra a caixa, a experiência não terá mais valor, pois os fatores externos estarão influenciando os possíveis resultados do experimento.

E é essa teoria que parece reger a vida de Lawrence naquele momento. Ele se encontra em um tipo de limbo em que não sabe dizer se sua vida é boa, se está de fato vivo ou apenas levando as coisas, se o seu divórcio é algo bom ou ruim...



O filme conta com planos maravilhosos, sempre mantendo uma atmosfera de “mesmice”. E a atuação de Michael Stuhlbarg (Lawrence) está ótima, e é de fato impressionante ver o desenvolvimento do seu personagem conforme o filme se desenrola.

Um Homem Sério para mim foi o encontro extremamente bem sucedido entre os irmãos Coen e Woody Allen – e ouso dizer que este foi o primeiro filme dos irmãos que se concentrou não nos acontecimentos atípicos na vida do(s) personagem(ns), e sim na própria vida deste, explorando as suas dúvidas e seus desprazeres durante um período em que tudo parece desabar à sua volta.

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