3 de novembro de 2010

A DAMA DE HONRA, a.k.a. A loucura é contagiosa!


Direção: Claude Chabrol
Ano: 2004

Filmes franceses têm uma certa peculiaridade ao meu ver - eles possuem histórias aparentemente sem interesse mas, no fundo, contém os personagens mais malucos e desequilibrados do planeta. Tais personagens vivem em um mundo só seu, onde cada ação sua é justificada pelas suas vontades, já que carregam seu próprio código de conduta moral. Suas respostas a acontecimentos surreais conseguem ser mais inesperadas ainda.

Acho que estes filmes configuram uma linguagem muito honesta, se pararmos para pensar. Por fora, a maioria das pessoas que conhecemos são tão normais, e regularmente estão inseridas em um padrão de comportamento para determinadas situações - chegam a ser bem sem graças. Mas, quem será capaz de dizer qual comportamento obscuro ou até mesmo o que estas pessoas, que aparentemente conhecemos tão bem, já foram capazes de fazer em situações inusitadas?



Temos como protagonista Philippe (Benoît Magimel), um jovem extremamente responsável, trabalhador, que mora com sua mãe e duas irmãs. Sua mãe está envolvida com um homem, e o apresenta aos filhos. Ela presenteia o tal namorado com uma estátua que ficava no jardim da casa deles e, desde o começo do filme, Philippe parece se ressentir desta decisão. Uma de suas irmãs está noiva e não encontrou ninguém que pudesse ser sua dama de honra. Chama, então, uma pessoa com quem estudou há alguns anos - Senta Bellange (Laura Smet).



O relacionamento entre a mãe de Philippe e o homem não dá certo, e o jovem invade a casa deste para pegar a estátua da ninfa Flora de volta para si (pois ela representava para ele o ideal de beleza feminino). E se espanta em perceber a semelhança entre Flora e Senta, a dama de honra de sua irmã - que conhece no dia do casamento. Neste mesmo dia, a jovem vai atrás dele e eles iniciam um romance intenso e escondido, já cheios de promessas e juras de amor, onde Senta lhe diz que, desde o momento em que o vira, já o amara e sabia que eles ficariam juntos para sempre.



Mas, apesar de estar apaixonado por Senta, Philippe se vê sendo arrastado para dentro de um relacionamento doentio, onde ele não consegue mais trabalhar da mesma forma eficaz de sempre e Senta se mostrando cada vez mais possessiva e ciumenta. Seu comportamento estranho parece chegar ao limite quando ela lhe pede uma prova de amor: que mate alguém para ela - e ela mataria alguém para ele em troca, como um pacto.



Philippe, que sempre fora muito "certinho", parece criar desculpas na própria cabeça para o comportamento de Senta, acha que a garota está criando uma brincadeira para os dois. E, ao ler uma reportagem de que um mendigo fora morto, leva o jornal para Senta e assume a autoria do crime. A partir daí é que ele verá que o tal comportamento suspeito da namorada se revelará uma personalidade mais que psicótica. O que ele fará agora??



Como todo filme francês, A Dama de Honra não tem esses finais absurdos e reviravoltas surpreendentes; os personagens "seguem o fluxo" da história, onde estão cientes que suas decisões serão as responsáveis pelo seu destino.

The Bridesmaid foi o segundo livro da autora Ruth Rendell adaptado para os cinemas por Claude Chabrol. O primeiro foi A Judgement in Stone, levou o nome de La Cérémonie, e foi lançado em 1995.

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