Direção: Billy Wilder
Ano: 1955
Desde a minha época de estudante
de cinema ouço muito sobre o tal cinema de autor. Quando vemos um filme de
Woody Allen, Tarantino, Almodóvar, entre outros, conseguimos identificar traços
únicos de tal direção – ou seja, poderíamos ver o filme às cegas, sem saber
nada sobre o mesmo e, ainda assim, conseguiríamos identificar que o filme fora
dirigido por aquela pessoa.
Assim como Bergman, Billy Wilder
sempre foi aquele tipo de diretor que os estudantes de cinema pareciam gostar
tanto, e isso me fazia fugir dele mais do que diabo foge da cruz (vide quanto
tempo levei para assistir a Cinema
Paradiso – seguindo o mesmo raciocínio dos dois diretores acima –, né?).
A verdade é que eu me sinto muito
burra quando vejo um filme de Billy Wilder, porque a verdade é que eu não
consigo ver essa autoria característica nos filmes dele. Mesmo assim, sou
fanzoca dos clássicos americanos e, depois de uma fase Cary Grant, entrei em
uma fase Marilyn Monroe. Não preciso nem falar de Quanto mais Quente Melhor, que é fantástico. Então vamos falar
sobre O Pecado Mora ao Lado.
Acho que já comentei aqui que o
que me fascina mais nesses clássicos é a simplicidade dos roteiros e a total
falta de efeitos visuais como conhecemos hoje (por motivos óbvios também, é
claro), o que dá uma liberdade muito maior para que possamos admirar as
atuações e a história por elas mesmas.
Aqui, numa tradução nem um pouco
literal mas que até acompanha bem seu propósito, The Seven Year Itch ("A Coceira dos Sete Anos" realmente ficaria
muito escroto), um editor de uma empresa de livros baratinhos fica trabalhando
no verão enquanto sua família viaja para tentar fugir do verão escaldante,
como, segundo o filme, acontece com muitas outras famílias. Sozinho, ele começa
uma odisseia mental sobre traição, fantasiando que as mulheres o querem e que,
apenas por ele ser um marido exemplar, ele conseguiu resistir às tentações até
hoje.
Eis que então muda-se para o
andar de cima de seu apartamento ninguém menos do que Marilyn Monroe na pele de
uma jovem atriz de 22 anos que foge de casamentos e só quer saber de curtir a
vida. Cheio de contexto sexual e piadas bem modernozas, O Pecado Mora ao Lado se mostra um filme super fácil de se gostar e
muito, muito engraçado.
Depois de ver documentários e ler
sobre a vida difícil que Marilyn teve, seja na infância ou ao ter que lidar com
a fama e com seus inúmeros maridos, foi muito espantoso vê-la tão suave e
jovial, exalando segurança e imprimindo uma beleza absurda na tela.
Sobre o protagonista, Butch
Bernard, assumo que nunca ouvi falar dele. Ele interpreta um personagem notadamente
na crise de meia idade e, convenhamos, sua falta de charme chega a ser meio
surreal perto de Marilyn. Me senti como quando vi Sabrina, com Audrey Hepburn apaixonada por Humphrey Bogart.
Enfim...
Mas assumo, estava esperando
muito da famosa cena do vestido de Marilyn subindo pela ventilação do metrô e
fiquei muito decepcionada quando vi o quão sem graça a mesma ficou no filme.
Adorei uma piadinha sobre a Marilyn no final do filme. Fiquei rindo sozinha,
que ridículo.
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