Direção: Massy Tadjedin
Ano: 2010
Michael
e Joanna Reed (Sam Worthington e Keira Knightley) formam um casal que parece
ter tudo. Eles são Jovens, atraentes e bem sucedidos. Possuem estabilidade
financeira e um apartamento, além de aparentarem ter aquele bem estar de vida
que beira a perfeição. No entanto, tudo muda quando os Reeds vão a uma festa de
trabalho de Michael, na qual Joanna presencia um momento suspeito entre o
marido e a sua nova bela colega de trabalho, Laura. O Incidente é fugaz e
ambíguo, Joanna não tem certeza do que presenciou, mas planta uma semente de
dúvida insidiosa na relação do casal, que acaba por contaminar o cerne de seu
amor.
E é
claro, faltou dizer que após esta festa (que é de fato onde o filme começa),
Michael e Laura viajarão a negócios, deixando Joanna ligeiramente preocupada. E
ela, por sua vez, enquanto compra um café numa cafeteria, encontra um antigo
amor, Alex. A partir daí somos levados por processos de escolhas e sentimentos
dos mais variados.
Sabe
aqueles filmes ambíguos, que conseguem despertar um misto de reflexão e
decepção em você? Comigo foi assim quando vi Apenas uma Noite. Em um primeiro momento. A verdade é que este
filme fazia parte da longa lista de filmes que eu protelo ao máximo a assistir.
Mas, num dia de pleno tédio e milhões de opções, cliquei aleatoriamente em um
dos filmes da minha pasta e foi ele o escolhido.
Na verdade, é um filme que, mesmo
com uma história bobinha onde é fácil descobrir o que acontecerá no final,
depois de um tempo acabou me causando um tipo de reflexão desconfortável: ou
seja, fiquei uns dias pensando no que tinha visto, tentando descobrir o que me
chamara tanta atenção naquele filme – e eis que eu percebi – ele é muito
parecido com a vida real.
Esta sinopse extremamente
romantizada e que conseguiu a proeza de deixar todo o enredo de fora faz com
que se pense que este é mais um filme de provações de casais – e talvez até
determinada parte o próprio filme passe mesmo essa mensagem. Mas, pensando de
uma forma mais egoísta, o filme me passou a ideia de que, no final das contas,
dependemos apenas de nós mesmos, e tomamos decisões independentemente de quem
iremos ferir.
O conto do amor puro e eterno é
muito bonito, mas totalmente irreal. Eu penso que nossa condição humana é a de
estar constantemente infelizes com o que temos, fomos criados (e acredito que
fazer parte de algo que podemos chamar de instinto) para querermos sempre mais.
O lado bom destes filmes de relacionamentos modernos é que eles tentam retratar
da forma mais fiel possível os sentimentos (e não apenas as ações) dos casais
contemporâneos.
A verdade é que vivemos em um
mundo em que todos são trocados com muita rapidez, vivemos cercados de
diferentes referências e possibilidades de escolhas, estamos sempre em dúvida
sobre o que devemos fazer com nossas próprias vidas. E foi essa a impressão que
este filme me passou mais: o que cada um faz quando chega o momento em que não
dá mais para fugir das escolhas.
De todas as possíveis formas de
falar sobre traições, a que sobressai é àquela a si mesmo, que vemos não apenas
estampada na tela, e sim como se (mesmo que não de uma forma necessariamente romântica)
estivéssemos vendo um reflexo de nós mesmos.
PS: Só um detalhe - Eva Mendes e Sam Worthington química zero!!!!!!
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