2 de abril de 2011

PRO DIA NASCER FELIZ, a.k.a. Lá vem o Brasil, descendo a ladeira!

“A culpa é da juventude, 
ou somos nós que não lhe oferecemos um caminho?
Alguém lhe deu uma escola, 
uma oportunidade, 
um futuro?”


Direção: João Jardim
Ano: 2006

O filme começa com alguns dados bem cruéis (mas realistas):
41% dos jovens não concluem a Oitava série.
Avaliações do MEC: Metade dos estudantes não consegue ler nem escrever corretamente.

A primeira cidade que o documentário retrata é Manari, no Pernambuco – uma das cidades mais pobres do Brasil. Vemos problemas de verba (como em todo lugar), falta de estrutura – principalmente nos banheiros. Mais um dado que assusta: existem 210 mil escolas no Brasil. 13,7 mil não possuem banheiro. 1,9 mil não tem água. (segundo o censo 2004)


Duas meninas são o foco das entrevistas na cidade. Um delas diz que não deixa de ir para as aulas nem mesmo quando está doente, pois quer muito aprender. A outra gosta muito de ler, principalmente poesias, e gosta de escrevê-las também. Mas se diz frustrada, pois nenhum de seus professores acredita nos textos que ela escreve, acham que ela não tem a capacidade de escrever tão bem.

Não há Ensino Médio na cidade. A Prefeitura disponibilizou ônibus para o transporte dos alunos para a escola mais próxima. Mas, como tudo no sistema educacional brasileiro, não há manutenção e, quando os ônibus quebraram, os jovens ficaram sem ter como ir para as aulas.


Não que isso faça alguma diferença (de uma forma geral), pois os alunos não se interessam pelas aulas, vão para a escola para encontrar os amigos, um escape social. E os professores faltam o tempo inteiro, e estão cada vez mais desestimulados.

E o que vemos, ao longo de todas as cidades que o documentário percorre, são os mesmos exemplos, histórias parecidíssimas. O ensino no Brasil se tornou uma bola de neve tão grande, que eu não acredito que alguém consiga apontar para o problemas inicial ou até mesmo em como solucioná-lo.

Os professores passam os alunos que não têm capacidade de melhora, mas que eles acreditam não terem mais “jeito”. A tal dita 'recuperação' só dura 3 dias – em nenhuma realidade, nem que tivéssemos os professores mais estimulados do planeta, seria possível recuperar o ano escolar de um aluno (sendo que, na maioria dos casos, precisa-se recuperar quase todos os anos escolares).


Já no final vemos mais um dos lados dos problemas escolares dos jovens: problemas familiares, violência entre eles mesmos (ainda mais quando eles vêm de ambientes em que a violência é tão normal) – a verdade é que a maioria dos jovens não tem muito a perder.

E logo depois ouvimos o áudio de uma garota que matou uma colega de sala por causa de uma briga na porta de uma festa – lhe deu duas facadas, “pra todo mundo ver, queria que ela morresse, até porque não dá nada matar se for menor – 03 anos passam rápido”.


É... essa é a realidade do nosso país.
Isso sim é assustador!

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