12 de novembro de 2010

A VIDA ÍNTIMA DE SHERLOCK HOLMES, a.k.a. Será que Sherlock Holmes morreu virgem?



Direção: Billy Wilder
Ano: 1970

Não sou fã de Billy Wilder. Pronto, falei. Confesso que vi poucos filmes do diretor, os mais conhecidos, e cheguei à conclusão de que, Sabrina e Quanto Mais Quente Melhor são, sim, grandes filmes – mas não necessariamente por causa da direção que tiveram. Os dois filmes citados acima contam com grandes atuações, e estas sim, são as responsáveis pelo grande sucesso das duas obras. Não sei, acho que não vejo nada demais, nada inovador ou nenhuma narrativa consistente em Billy Wilder que me faça colocá-lo no hall de grandes mestres do cinema.



A Vida Íntima de Sherlock Holmes só confirmou esse meu pensamento. O filme é legal, mas não passa disso. Não sei se o objetivo era criar algo mais do que mais uma das histórias de Sherlock Holmes, mesmo com esse pano de fundo de que esta história tinha algumas características peculiares, mas enfim, no final das contas continua sendo só mais uma das histórias de Sherlock Holmes.

O personagem principal do filme chega até a responder algumas “dúvidas” que seus fãs poderiam ter sobre ele. Mas perde também um pouco das suas características. Aqui, ele é um usuário declarado de cocaína, que naquela época não era uma substância proibida; acha as mulheres uma distração, mas estas estão sempre pulando em cima dele, talvez atraídas pela sua inteligência ou mesmo seu desinteresse nelas.



Já Dr. Watson é mulherengo, explode à toa e está constantemente interessado na vida sexual de seu parceiro. Ele parece não compreender como Sherlock não se interessa por mulheres, e porque isso acontece. Ambos estão em um certo limbo entre os personagens retratados nos filmes e séries que os levam ao pé da letra (como estão nos livros) e o Sherlock Holmes de Guy Ritchie. Mas os elementos estão lá: o fog de Londres, as carruagens, as roupas...

O filme começa com Sherlock entediado em casa e Watson tentando lhe empurrar algum caso menor, pois quer evitar que o detetive use cocaína por causa do tédio. Esta parte serve mais como uma apresentação dos dois, com Billy Wilder nos mostrando como eles se comportarão ao longo do filme. Watson tenta algumas deduções, e Sherlock não só as encoraja como também satisfaz muitas das dúvidas sobre mistérios para o médico.



Ou seja, neste filme o detetive compartilha mais suas ideias, sem tratar os outros como estúpidos por não conseguirem ver o óbvio. Está mais afetuoso de um modo geral. Comenta antiga experiências com mulheres (apesar de reafirmar que estas são inconstantes) e dá a entender que, caso aparecesse uma que ele julgasse valer a pena, ele não se oporia a ter um relacionamento com ela.


No final do filme entendemos o que faz deste caso um caso diferente para a dupla de investigadores: Sherlock Holmes quase foi derrotado – logo, é um caso do qual ele não se orgulha nem um pouco. Por isso Watson age como agiu no começo do filme – escrevendo a história mas não a publicando (ele a coloca em um cofre e, em seu testamento, só permite que o abram após 50 anos de sua morte).

É um filme sobre o detetive com algumas diferenças. Nele temos não só o clássico do gênero (um cientista desaparecido), como também 06 anões trapezistas desaparecidos, uma mulher sem memória, o monstro do lado Ness e Sherlock Holmes apaixonado. É legal ver o personagem com algumas características diferentes das que estamos acostumados, mas ainda assim, acho que prefiro Sherlock Holmes e Dr. Watson em sua forma mais clássica!

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