20 de outubro de 2010

SOUL KITCHEN, a.k.a. Nada como uma soul music pra lavar a alma!



Direção: Fatih Akin
Ano: 2009

O primeiro filme que vi deste diretor, Contra a Parede, me impressionou muito; lembro que fiquei vários dias pensando nele e, até hoje, pelo menos 4 anos depois de assisti-lo, ainda me pego pensando em algumas cenas. Mas Contra a Parede tem uma história pesada, é um destes dramas europeus que, quando acabam, parecem deixar um buraco dentro da gente.

Vi uma entrevista, onde o ator principal (Birol Ünel) comentava a problemática que envolvia a distribuição de filmes na Alemanha no que dizia respeito aos filmes feitos pelas comunidades turcas residentes no país. Segundo ele, quando o filme tinha uma boa aceitação de público ou de crítica, as distribuidoras identificavam-nos como alemães. Quando acontecia o contrário, eles eram classificados como turcos.


Tanto Birol Ünel quanto Fatih Akin fazem parte desta fatia de turco-alemães. E, em Contra a Parede, o importante era, acima de tudo, fazer um filme irrevogavelmente turco-alemão. Tal conceito também está presente em Soul Kitchen, de forma mais branda, talvez; mas a sua presença está lá, nos irmãos Kazantsakis - gregos morando na Alemanha.


Mais voltado para a comédia (se não para a tragicomédia), o filme nos apresenta a um bar, o Soul Kitchen, e ao seu dono, - Zinos - que tem uma namorada que está indo trabalhar em Xangai; um irmão que está preso e precisa de uma declaração de emprego de Zinos para poder passar meio expediente fora da cadeia; um ex-colega de escola que agora é especulador e fará de tudo para acabar com o bar... fora outros personagens loucos que vão aparecendo ao longo da história. É um daqueles clássicos filmes em que pensamos "ah, não pode dar mais errado"... e dá! E a trilha sonora é absurda, contendo diversas influências: James Brown, música grega com mixagens, enfim...


Soul Kitchen foge à regra no que diz respeito aos filmes de Fatih Akin - que adora filmes impactantes (como eu citei Contra a Parede acima); aqui podemos sentir até mesmo um clima de Sessão da Tarde, com um bom toque europeu. Na verdade, li uma crítica no Omelete falando mal do filme e, preciso confessar, foi a ÚNICA coisa que li sobre Soul Kitchen. Já que gosto não se discute (ou não), eu, na minha mais que modesta opinião, gostei sim desta falta de pretensão da história. Os elementos estão suavizados, sim - mas estão lá.




E, mais uma vez, trailer e créditos finais!




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